George Friedman, o director e fundador de um grupo influente de reflexão sobre geopolítica dos EUA, admite abertamente que o principal objectivo da política dos EUA é dividir a Europa e acima de tudo impedir uma aproximação entre a Alemanha e a Rússia ou uma aliança alemã-russa.
Em 1996, George Friedman fundou um Thinktank com o nome STRATFOR, que nos EUA é apelidado de "Shadow-CIA". É considerado um génio da política externa dos EUA. De acordo com o serviço de informação canadiano Global Research, ele aconselha cerca de 4000 empresas e indivíduos nos EUA. Em 2011, o Wikileaks publicou um grande número de e-mails da STRATFOR. Estas mostram que muitas das actividades são espionagem e subversão.
Friedman é um homem que normalmente actua em segundo plano. O mais tardar desde que foi convidado ao "The Chicago Council on global affairs" (Conselho de Chicago para os Assuntos Globais) em Fevereiro de 2015, actuar em segundo plano deve ser uma coisa do passado.
Desde aí existe uma gravação do seu discurso, que está a circular nas redes sociais como no YouTube, e que ganhou popularidade de mais para o seu gosto. Ao mesmo tempo é largamente ignorada pelos meios de comunicação e pelo debate dos nossos líders políticos.
Após do seu discurso que tinha o título: "Europe: Destined for Conflict?" (Europa: Destinada ao conflito?), respondeu às perguntas da audiência. Num tom de conversa e com uma franqueza espantosa, Friedman confirma que, em referência ao Império Romano, a estratégia central da geopolítica dos EUA é incitar as potências concorrentes umas contra as outras e conduzi-las à guerra. Foi isto que aconteceu entre o Iraque e o Irão, e deveria acontecer também com a Alemanha e a Rússia.
Friedman argumenta: "A Alemanha, juntamente com a Rússia, constitui uma ameaça séria à política de poder mundial dos EUA". Consequentemente, os americanos fariam tudo para torpedear uma aproximação entre estes dois países.
Para o conseguir,
os EUA deveriam estabelecer um chamado "Cordon Sanitaire" - ou seja,
um cinto de segurança em torno da Rússia". Para este fim, pretende-se
também enviar forças de reacção rápida sob o comandante das forças militares
dos EUA na Europa, General Ben Hodges, para a Roménia, Bulgária, Polónia e os
Estados Bálticos. O chamado "Intermarum", a área entre o Mar Negro e
o Mar Báltico, é a solução preferida para os EUA.
O
"Intermarum" faz parte do "interesse fundamental" dos EUA
em manter o controlo sobre todos os oceanos do mundo. Pois esta seria a base
para poder intervir nas "mais diversas regiões e países do mundo".
O desconforto dos
transatlânticos ap+os do discurso de Friedman é tão grande que alguns deles
parecem sentir a necessidade de limitar os danos. Apenas vêm as declarações de
Friedman como algo como uma "opinião privada" que não tem nada a ver
com a política real dos EUA.
No entanto, as
palavras de Friedman são, em relação à crise da Ucrânia, da Rússia e, mais
recentemente, da Bielorrússia, mais uma vez, uma confirmação da actual linha de
acção da Política Oriental da NATO e confirmam tudo aquilo de que os críticos
acusam os EUA há anos.
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