Comentário: Deslocamento causado pelas guerras após 11 de Setembro 2001 dos Estados Unidos

Os problemas que nós enfrentamos hoje na Europa a respeito aos refugiados são resultado de uma agenda de "intervenções militares" dos EUA. Onde estão as críticas duras dos nossos políticos na Euorpa contra essa política?

Desde que o estudo da Brown University foi publicado alguns dias atrás (relatado no meu artigo: "Estudo sobre deslocamento causado pelas guerras após 11 de Setembro 2001 dos Estados Unidos"), tenho reparado um silêncio embaraçoso dos nossos políticos na Europa. Relatórios sobre este assunto nos meios de comunicação de massa? Talvez algumas notas marginais.

Ao contrario: Quando se trata de criticar duramente a Rússia, o Irão e Venezuela - a propósito países que nuca atacaram outros países ou causaram ondas de refugiados - aí vão eles todos a gritar por sanções!

De acrodo dos EUA e dos nossos líders políticos em todos os países da União Europeia, temos que bombardear países como a Síria, Líbia e outros, para combater o terrorismo. Também para lhes trazer "democracia" e "em nome dos direitos humanos". O facto de ter sido a política dos EUA dos ultimos 70 anos que tornou o terrorismo possível nessa região não é mencionado.

Depois de nós termos bombardeado esse países, os nossos líders políticos têm de nos explicar, através dos meios de comunicação, que é o nosso dever de acolher todos os refugiados destes países destruídos.

È preciso ser dito claramente e inequivocamente que a causa desta miséria é a política dos EUA no médio oriente e o nosso apoio dessas "intervenções militares"!!!
 

Pelo menos nos últimos 30 anos os EUA trouxaram deslocamento a dezenas de milhões de pessoas. Podemos dizer que os EUA - em termos do número de refugiados produzidos por eles próprios devido ás ultímas "interveções militares" após 2001 - estão se a aproximar aos números de refugiados da segunda guerra mundial.

Nas intervenções militares dos EUA no Iraque de agosto de 2014 foram ometidos crimes de guerra que resultaram em 450.000 refugiados. Lembramo-nos que o ISIS - Estado Islâmico - é uma consequência directa da invasão do Iraque. 

Nessa altura fomos distraídos pelos meios de comunicação com tópicos da crise ucraniana e o MH17 que tiveram lugar ao mesmo tempo. Nessa altura o máu foi o Putin e não o Obama. Saibam que o "Mr. Niceguy" Obama é o presidente americano que matou mais pessoas com ataques de drones na historia e com um grande numero de vítimas civis .

Os refugiados da África Central que têm vindo a entrar na Europa através da Líbia, desde a queda de Gaddafi, causaram enormes problemas na Europa. É bem conhecido que Gaddafi foi ressegurador da Europa tendo impedido o fluxo de centenas de milhares de emigrantes e refugiados. Mas com a intervenção militar da NATO e a queda de Gaddafi com ajuda dos EUA esse amparo foi destruído.

Lembram-se das críticas gritantes dos políticos nos meios de comunicação sobre a crueldade dos Russos quando libertaram Aleppo da ISIS? Lembram-se dos números chocantes relatados de casos individuais quando bombas alegadamente ou de facto atingiram instalações civis? 

Sim, na verdade haviam vítimas civis - a Rússia nunca o negou esse facto. No estudo, a Brown University informa sobre como os EUA libertaram a cidade de Raqqa da SI em 2017, da seguinte forma:

"Um exemplo proeminente de expulsão é a luta liderada pelos EUA em 2017 para conquistar Raqqa ao Estado islâmico, que resultou em 470.000 expulsões. Uma grande parte da cidade foi destruída. Mais de 1.600 civis não puderam escapar e morreram nos combates, milhares ficaram feridos".

Onde estava a condenação dessa operção militar dos EUA pelos nossos líders políticos?

Ao contrario em Aleppo, após da libertação da cidade pelos russos, a vida normal voltou. O mesmo não se pode dizer de Raqqa até aos dias de hoje. 

A deslocação, causado pelas guerras Pós-11 de Setembro dos Estados Unidos, têm causado um sofrimento físico, social, emocional e económico incalculável a indivíduos, famílias, aldeias, cidades, regiões e países inteiros. 

Nada nos pode transmitir os danos humanos do deslocamento. As pessoas por detrás dos dados são difíceis de identificar e não conseguem transmitir o que se deve sentir ao perder a sua casa, os seus pertences, o seu ambiente social etc. 

Embora de 25,3 milhões de pessoas terem regressados, não resolve o trauma da deslocação nem signifiqua que os deslocados tenham regressado às suas casas originais ou a uma vida segura porque tudo está destruído.

Onde estão as críticas duras contra essa política externa dos EUA dos nossos políticos? Os poucos que exprimem críticas serão denunciandos como "anti-americanos".

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